Dia de campo possibilita troca de experiências e conhecimentos sobre o café clonal

Dia de campo possibilita troca de experiências e conhecimentos sobre o café clonal

Em uma tarde com um misto de sol forte e ventos para aliviar o calor, muitos produtores rurais de Cacoal se reuniram para um Dia de Campo sobre o Café, nessa quinta-feira (18). O local escolhido foi a propriedade da família Peterd, na Linha 6. Em uma área de 42 alqueires, os irmãos Vanderlei e Elias Peterd reservam aproximadamente 14 hectares para o cultivo do café clonal.

“Tem uns 30 anos que meu pai iniciou a lavoura de café, isso lá em 1987. Mas a nossa produção era pequena, não passava de 20 sacas por hectare. Foi quando conhecemos o café clonal que a nossa produção melhorou bastante”, explicou Elias Peterd.

De acordo com Vanderlei Peterd, foi em 2009 que ele conheceu o café clonal, participando dos dias de campo organizados pelo governo estadual. “Eu ouvia falar do café clonal, mas não botava fé. Depois que eu conheci, eu resolvi implantar na minha terra. Fui estudando, eu mesmo fui desenvolvendo mudas e a produção foi aumentando”, destacou.

Vanderlei tem uma área de 7,6 hectares destinada ao plantio de café clonal. Desta área, 4,3 hectares estão em produção, enquanto o restante é ocupado por plantas novas, que ainda não iniciaram na produção.

“Antes a gente não chegava a 20 sacas por hectare, e hoje a nossa produção varia de 130 a 209 sacas por hectare. Então é um avanço muito grande, e nós continuamos trabalhando com o melhoramento das mudas para produzir cada vez mais. Queremos trabalhar sempre com as melhores plantas”, ressaltou Vanderlei.

Além de produzir café, Vanderlei Peterd é um dos cinco viveiristas registrados em Cacoal. Ele produz cerca de 400 mil mudas por ano e já tem encomendas agendadas até janeiro de 2018. Vanderlei trabalha com cinco tipos de clones em sua propriedade, todas do café conilon, que também são utilizadas pela família de seu irmão Elias.

Vanderlei Peterd fez questão de compartilhar sua trajetória com todos os agricultores participantes

“Trabalhar com o café clonal mudou a nossa realidade. Cada ano nós avançamos. Quando iniciamos a gente produziu 50 sacas por hectare. A cada ano este número foi aumentando e na última colheita chegamos à média de 140 sacas. O meu tio chegou a alcançar 209 sacas em um hectare. Então você imagina, para uma família que colhia no máximo 20 sacas, agora conseguir colher 209 por hectare, isso é uma vitória muito grande”, enfatizou Lusciano Peterd, sobrinho de Vanderlei e filho do casal Elias e Edna Peterd.

Em seis hectares de lavoura, Lusciano e seus pais têm 20 mil pés de café plantados, sendo que desses, 16 mil estão em produção e quatro mil são de plantas novas. Sobre o Dia de Campo na propriedade da família Peterd, dona Edna enfatizou: “É muito bom receber todas essas pessoas aqui. Nós estamos nos sentindo muito felizes. É bom saber que a nossa propriedade e a nossa produção estão servindo de exemplo para outros agricultores. Isso é motivo de muita felicidade. Foi assim que nós aprendemos e agora estamos sendo o modelo para outras famílias”.

Aproximadamente 350 pessoas participaram do evento coordenado pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RO).

Elias e a esposa Edna Peterd tem o apoio dos filhos na produção de café, que atinge uma média de 140 sacas por hectare

Na ocasião, a secretária adjunta de estado da Agricultura, Mary Braganhol, mostrou-se animada com a lavoura de café em Cacoal. “Isto é uma troca de experiências, mostra a busca dos agricultores por conhecimento, novas tecnologias. Para o governo esta é a parte principal, pois traz os produtores para conhecer coisas novas, buscar informações, e com isso alavancar suas produções. Eu conhecia outras áreas de lavoura de café, em outras regiões de Rondônia, mas hoje aqui eu estou vendo que Cacoal está caminhando para reconquistar o posto de maior produtora de café, reafirmando o seu título de “Capital do Café”, declarou a secretária.

Os agricultores ainda puderam ter acesso às informações referentes aos custos de produção, pragas e doenças da lavoura, qualidade das mudas, formação das lavouras com novas técnicas para a cafeeicultura, fertirrigação – irrigação e adubação, cafeicultura sustentável e ainda informações sobre o concurso do café, promovido pelo governo de Rondônia com o objetivo de incentivar os produtores.

Autor / Fonte: Giliane Perin/Secom

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