‘Diamante sujo, de sangue’, diz procurador sobre garimpo ilegal em área dos Cinta Larga em Rondônia

‘Diamante sujo, de sangue’, diz procurador sobre garimpo ilegal em área dos Cinta Larga em Rondônia

RIO – Os novos investimentos na área de diamantes têm certificação, mas o garimpo ilegal continua no Brasil e afeta diretamente o povo Cinta Larga, etnia indígena com quase 2 mil habitantes, cujas terras ficam entre Rondônia e Mato Grosso. Desde o auge do conflito entre garimpeiros e índios em 2004, nada mudou, segundo o procurador Reginaldo Trindade, que fica em Rondônia e é responsável por acompanhar as questões envolvendo a etnia.

O garimpo ilegal em terras dos Cinta Larga começou por volta do ano 2000 e jamais foi contido. Em 2004, o conflito entre garimpeiros e índios provocou dezenas de mortes. No garimpo de Lajes, principal foco, há uma cratera de 11 quilômetros próxima a uma área de igarapé. Somam-se ao dano ambiental os prejuízos à cultura e à saúde dos índios, que, ao entrarem em contato com o homem branco, são contaminados por doenças antes inexistentes na região.

Embora a maioria dos Cinta Larga seja contrária à atividade, Trindade estima que cerca de 20 líderes indígenas estejam envolvidos na mineração clandestina. Para persuadir a aldeia a aceitar o garimpo na reserva, pessoas envolvidas no contrabando agem como um poder paralelo, custeando remédios e outras necessidades dos Cinta Larga.

— É um diamante sujo, diamante de sangue. O governo é omisso e só assiste à degradação da etnia. São poucos os recursos para medidas protetoras — afirma Trindade.

Confira a íntegra da matéria de 'O Globo' clicando aqui

Autor / Fonte: Danielle Nogueira / O Globo

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