Dr. Hildon não pode ser responsabilizado por buraqueira em Porto Velho, defende jornalista

Dr. Hildon não pode ser responsabilizado por buraqueira em Porto Velho, defende jornalista

Em Linhas Gerais

Gessi Taborda – [email protected]

FILOSOFANDO

“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.” MONTESQUIEU (1689/1755) era como ficou conhecido Charles-Louis de Secondat, que era o Barão de Montesquieu, escritor, político e filósofo francês, conhecido principalmente por sua teoria da separação dos poderes, consagrada em muitas constituições de estados modernos.

BANDIDO SOLTO

Osmar Serraglio, o novo Ministro da Justiça, defende ideias polêmicas. Para esse político paranaense a corrupção é generalizada e atinge todos os partidos. Mas ao falar de punição, Osmar fez uma estranha declaração: “bandido de menor gravidade” não deve ser preso. “Existem bandidos e bandidos, como em qualquer circunstância. Os bandidos de menor gravidade precisam de outro tratamento”, argumentou.

ASFALTO RUIM

É claro que o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, não pode ser responsabilizado pela enorme buraqueira espalhada nas ruas da cidade. Ainda no mês passado o novo prefeito andou, em esforço notável, tapando buracos em diversos pontos da cidade, sobretudo na área central. E passado poucas semanas a buraqueira esta de volta.

Devido à péssima qualidade do asfaltamento feito pelas gestões anteriores, quando terminar a temporada de chuvas deste ano, a Prefeitura de Porto Velho de retomar a operação tapa buracos e, também, de asfaltar de novo algumas ruas e avenidas da cidade.

PROGRAMAÇÃO

Ainda bem que o prefeito está praticamente com a mão num grande volume de dinheiro (em torno de 140 milhões) destinado ao município para asfaltamento por emendas parlamentares. A grana dessa vez deverá vir diretamente para os cofres municipais, sem passar pelo caixa do governo do Estado. Vai dar para asfaltar uma área enorme das vias públicas da capital. Espera-se que seja um pavimento de qualidade, que não se esfarela e vira buraco depois de algumas chuvas, como acontece agora.

REALIDADE

E como sempre, governo e outras instituições rondonienses estão torrando uma “baba preta” em propaganda, principalmente na mídia televisada, na vã tentativa de melhora a desgastada imagem das instituições públicas, tentando convencer o povo que as coisas estão melhorando em Rondônia. Tudo isso, claro, tendo em vista o próximo ano, quando terão de enfrentar a fúria dos eleitores nas urnas.

A propaganda tem uma grande vantagem para quem está na vida pública e nela pretende continuar: manter a docilidade da mídia amestrada. Mas – até por ser mal feita – essa publicidade não consegue mudar a percepção de realidade da maioria dos moradores do estado, principalmente aqueles que nesse momento sofrem os perversos efeitos da crise.

PESO DE SEMPRE

O peso de 2016 foi todo transportado para os ombros de 2017, que se mostra apenas como uma continuação penosa de um ano difícil. O cenário montado se mantém, alguns atores novos até aparecem, mas os veteranos continuam em cena, dando as cartas, mesmo que em certos momentos parece que estão mudando alguma coisa. Pena que é somente a interpretação de seus personagens, agora com uma telemoça na propaganda mentirosa e sem pé e nem cabeça que, mesmo assim, continua não chamando a atenção de órgãos como o MP e o TCE para ações capazes de lacrar esse ralo por onde se esvai o dinheiro do cidadão-contribuinte-eleitor.

TAL QUAL BRASÍLIA

No palco de Brasília se repetem, por exemplo, acusações contra ministros do presidente Temer. Novidade? Nenhuma. Nomes que em outro país ou circunstância jamais ocupariam funções como o caso do recém-escolhido ministro do Supremo Tribunal Federal, aqui são incensados, aplaudidos. Protesto? No máximo o das redes sociais. É reflexo da decadência moral que impede o Brasil de sair do enorme buraco onde foi jogado principalmente pelo projeto petralha de poder.

PREJUDICADAS

Pelo que me contou a melhor fonte da coluna em Brasília, a proposta que tramita no Congresso referente às mudanças na Previdência, prejudica essencialmente mulheres, ao fixar a idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres. Dados do IBGE de 2014 apontam que mulheres ganham 24% menos que os homens, mesmo quando exercem a mesma função. Além da diferença salarial, a jornada semanal média de mulheres é maior em cinco horas, devido ao envolvimento com tarefas domésticas.

MAURÃO

O salão nobre da Assembléia ficou literalmente lotado na manhã de ontem com o volume das pessoas que lá  compareceram para comemorar mais um aniversário do presidente do legislativo rondoniense, Maurão de Carvalho. Muitas pessoas simpatizantes do deputado nem conseguiram adentrar o recinto para cumprimenta-lo e cantar o “Parabéns prá Você” entoado pelos presentes que participaram da festança.

BEM AVALIADO

Maurão mais uma vez se destacou na recepção dos amigos (especialmente dos servidores da Casa). O número de presentes ao “buffet” patrocinado pela Assembléia mostrou de forma clara como é a alta a boa avaliação do deputado que, como titular do legislativo estadual, é um dos mais populares políticos do estado. Fácil entender porque seu nome continua sendo citado como uma importante opção para o governo rondoniense.

LAVAGEM DE DINHEIRO

Valdir Raupp como praticamente todos os demais políticos denunciados e indiciados como recebedores de propinas para suas campanhas repetem o mantra de que a grana toda era fruto de doação reconhecida como legal pela Justiça Eleitoral. Nunca se imaginou um grau de sofisticação tão avançado para a distribuição de propinas em todo o Brasil. O que andou acontecendo com o aparelhamento do Poder pelo método petralha foi lavagem de dinheiro.

ROTEIRO INACREDITÁVEL

É não apenas uma desfaçatez, mas também um absurdo o volume de dinheiro “doado” por empreiteiras a partidos e políticos. Não há como deixar de ver nessa prática a corrupção deslavada. Afinal, por que partidos e políticos precisaram de tanto dinheiro (imensas fortunas) simplesmente para disputar uma eleição?

Essa teia de corrupção, na qual políticos rondonienses se enredaram, conseguiu desmoralizar até as doações legais. Ou seja, a Justiça Eleitoral virou uma máquina de lavar dinheiro de superfaturamentos em obras públicas. Não será fácil aceitar que tudo vá dar em nada. Difícil acreditar que nosso povo está tão inerme que não será influenciado por esse roteiro inacreditável.

Autor / Fonte: Gessi Taborda

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