Editorial – A paixão efêmera do eleitorado por novos políticos

Editorial – A paixão efêmera do eleitorado por novos políticos

Porto Velho, RO – A polêmica do quinquênio envolvendo a nova gestão do prefeito Dr. Hildon Chaves (PSDB) e os vereadores de Porto Velho pode ensinar uma lição valiosa a todos os polos da situação: administrador, edis, eleitores, entusiastas políticos e até mesmo a desprendidos.

É certo que Chaves, talvez pelo atual contexto político-econômico no Brasil, pela performance do antecessor Dr. Mauro Nazif (PSB) e também pelo fato de ser novato em disputas eletivas, sagrou-se vencedor na peleja pela Prefeitura da Capital no ano passado com pequena vantagem no primeiro turno, mas uma supremacia estrondosa no segundo. 

Além desses pontos, Hildon surgiu como ex-promotor e empresário de sucesso que, por ter representado uma instituição que por lei busca a justiça, ganhou ainda mais afagos de uma sociedade cansada de tantas promessas e pouquíssima ação. Isso tudo sem contar o antagonismo entre azuis e vermelhos, principalmente nacionalmente falando. 

A queda do último (o lado rubro) impulsionou o primeiro a retomar espaços e o protagonismo outrora ocupados. É o retrato falado da boa e velha dança das cadeiras que, a princípio, até poderia servir bem à democracia não vivesse praticamente de alternância entre dois elos – e um parasita – exclusivos. Faltam mais passistas a esse baile.

Resumindo, uma onda de peculiaridades somada a inúmeros outros fatores levou o tucano a ocupar a cadeira mais cobiçada do Palácio Tancredo Neves. 

E a partir do momento em que adesão à sua campanha mostrou-se meteórica, com o resultado das urnas apurado findado o primeiro turno, o então candidato passou a sentir a paixão do eleitorado traduzida em defesas espontâneas em redes sociais, manifestações voluntárias de apoio e até a formação de uma militância virtual para fiscalizar quem ousasse criticar o postulante.

Esse sentimento estendeu-se de forma quase unânime até há pouco quando, infelizmente, chegou o momento que todo o gestor detesta: tomar decisões que irão desagradar inúmeras pessoas.  

No caso da situação envolvendo a votação da reforma administrativa e a inclusão do veto ao pagamento do quinquênio a novos servidores, o peessedebista foi obrigado a assistir o ardor do afeto até então incessante esfacelar-se diante dos seus olhos. O esboço traçado até agora demonstrava que Chaves teria maioria fervorosa e pouquíssima oposição na Câmara Municipal e, de quebra, o sustentáculo do funcionalismo público e até mesmo suas entidades representativas.

Mas como nem tudo são flores o alcaide descobriu, da pior maneira, o quão dolorosa pode ser a perda do breve arrebatamento da flama dos munícipes e que, no fim das contas, agradar gregos e troianos nem na ficção. 

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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