Editorial – Linha dura, Coronel Marcos Rocha é blindado por assessores, se nega a receber deputados e ignora jornalistas

Editorial – Linha dura, Coronel Marcos Rocha é blindado por assessores, se nega a receber deputados e ignora jornalistas

O governador eleito está aquartelado, se manifesta basicamente via Facebook e guarda como segredo de Estado informações que deveriam ser públicas

Porto Velho, RO – O governador eleito Marcos Rocha, do PSL, de fato é a cópia política escarrada de seu mentor, o controverso Jair Bolsonaro. Sua postura na vida pública durante e após as eleições se equiparam sobremaneira aos passos dados pelo capitão da reserva durante o pleito.

Aquartelado nas redes sociais e blindado por assessores, Rocha tenta evitar assédios a todo custo antes de sentar, definitivamente, na cadeira-mor do Palácio Rio Madeira e começar a dar as cartas.

Receio naturalíssimo, diga-se de passagem, principalmente advindo de um policial/gestor público que deixou de dar voz de prisão e ainda negou-se a denunciar ao Ministério Público (MP/RO) suposto propineiro.

Aliás, o corruptor em questão, de acordo com palavras do próprio liberal, apresentou nada menos do que quatro propostas indecentes sem que o coronel tomasse as medidas necessárias a fim de enquadrar o hipotético criminoso nos moldes do Art. 333 do Código Penal. Ou seja, o crime de corrupção ativa dançou, rebolou, deu piruetas e finalizou com um belísismo duplo twist carpado na mesa do então secretário municipal de Educação.

Voltando.

Resumidamente, de acordo com informações recebidas pelo Rondônia Dinâmica diretamente das hostes legislativas, o militar mantém distância protocolar das demais autoridades fora do seu eixo de alianças.

Com o pé recuperado e agora sem qualquer parte do corpo recentemente operada – pelo menos não visivelmente – seria difícil para o novo chefe do Executivo tentar explicar à população mais uma vez por que deixou de agir caso algo semelhante voltasse a ocorrer. E isso tudo principalmente por conta de sua insistência em se vender como uma espécie de baluarte anticorrupção.

Linha dura e reiteradamente fazendo o tipo misterioso, também ignora jornalistas alheios ao compadrio midiático que geralmente o brinda com questionamentos publicitários e espaço para relações públicas.

Um exemplo claro ocorreu na coletiva do último dia 12, quando o profissional Odair Calado, presidente da Associação dos Jornais do Interior de Rondônia (Adjori/RO) saiu da região de Ariquemes e dirigiu-se à capital para fazer perguntas e ouvir respostas contundentes, claras e objetivas, mas deparou-se com um mandatário monossilábico e reticente.

"Nós vamos ter aí uns quatro anos para conversar".

Frustrado, o radialista insistiu, como qualquer repórter responsável faria, porém, enquanto Rocha dava de ombros ao questionamento, outro militar ligado ao governador eleito se aproximou a fim de intimidar o locutor.

O recado era claro:

 “Vai ser assim daqui para a frente”, alertou.

Por conta da proximidade corporal e dos vocabúlos cochicados ao pé do ouvido do jornalista pelo auxiliar de Marcos Rocha, há quem tenha interpretado o gesto como flerte, um chameguinho ocasional.

No fim, não era expressão de amor.

Já passou da hora de Marcos Rocha desmontar o palanque, como já mencionamos, e passar a prestar contas à sociedade que o elegeu; a postergação do anúncio em relação aos nomes do secretariado é só um sintoma desse lavar de mãos acenado pelo homem que prometeu trazer o novo a mudar de vez o panorama.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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