Editorial – PMDB opera nova ‘rasteira’ política contra Maurão de Carvalho e pode gerar debandada em massa do partido

Editorial – PMDB opera nova ‘rasteira’ política contra Maurão de Carvalho e pode gerar debandada em massa do partido

Porto Velho, RO – Se as informações que correm nos bastidores da política estiverem pelo menos parcialmente corretas, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO) Maurão de Carvalho, do PMDB, corre o risco de, mais uma vez, ter sua candidatura rifada por caciques do seu partido, como ocorreu em 2014 – à época no PP – ao levar uma verdadeira “rasteira” do senador da República progressista Ivo Cassol. Cassol garantia apoio a Carvalho até que, surpreendentemente, optou por lançar Carlos Magno como vice da própria irmã Jaqueline, que concorreu pelo PR ficando em 3º lugar atrás de Expedito Júnior (PSDB) e do reeleito Confúcio Moura (PMDB). Concorrendo ao Senado, Ivone, a esposa, só fez mais votos que Aluízio Vidal (REDE), do PSOL à ocasião.

O final da história resume-se à grande derrota política sofrida pela família Cassol naquele ano, gerando a frase de Maurão: “Quem quis tudo ficou sem nada”. E ele tinha razão.

A partir daquele “fogo amigo”, verdadeira traição partidária promovida internamente, Maurão de Carvalho cresceu – e muito. No mesmo ano em que sofreu o baque desleal, foi reeleito para o sexto mandato como deputado estadual com 16.249 votos – o quarto mais votado de Rondônia. Em 2015, foi eleito presidente da Casa de Leis, sendo reconduzido à função no biênio subsequente.


A evolução chamou a atenção do PMDB e, em março de 2016, o parlamentar largou o PP para ingressar nas fileiras peemedebistas recheadas de poder e prestígio, mas totalmente carentes de espaço às novidades. Sair do PP que o traiu foi, de fato, um acerto; ingressar no PMDB, no entanto, revela-se cada dia mais como novo erro crasso, mas sem volta.

Prova disso é que os burburinhos denotam nova arquitetura no xadrez político para “cortar as asas” de Maurão, desta feita promovida pelo senador Valdir Raupp, o maior expoente do PMDB na Região Norte.

O cenário para o próximo ano está tão acirrado que até mesmo Raupp tem receio de ficar sem o posto que ocupa há quase duas décadas no Senado Federal. Para se livrar de potenciais concorrentes de peso, movimenta as peças a fim de recolher os “flaps” do PMDB em relação ao Governo do Estado, conferindo apoio a Acir Gurgacz (PDT). Gurgacz, por sua vez, tiraria do caminho de Raupp, por exemplo, o prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB), que pode abrir mão de concorrer ao Senado dependendo do sinal encaminhado pelo pedetista.

O governador Confúcio também quer ser senador – e pelo PMDB, mas dificilmente irá justamente por conta do correligionário. Se insistir, terá de sair da sigla. Há quem diga que exista acerto prévio com o PSB do ex-prefeito de Porto Velho Dr. Mauro Nazif, nada confirmado. Mesmo que exista, tirar Jesualdo e colocar Confúcio acabaria esbarrando, mais uma vez, nos planos de Gurgacz que, enquanto tiver de Raupp a garantia de não ter concorrente do PMDB ao Governo de Rondônia, irá segurar o PSB pela coleira.

Voltando a Maurão.

Se a “puxada de tapete” se concretizar, as consequências serão piores que as experimentadas em 2014.

Maurão não é mais o mesmo: já anunciou pré-candidatura com apoio do PMDB. Tirá-lo do páreo agora, depois disso, causaria constrangimento e desmoralização sem precedentes até por conta da reincidência. Estamos falando, afinal, de um chefe de Poder do Estado.


Com o prestígio angariado ao longo da carreira, deputados estaduais, vereadores e até mesmo prefeitos garantem a pessoas próximas a Maurão que, caso o “golpe” seja efetivado, irão promover debandada em massa do PMDB, abrindo chagas partidárias difíceis de curar.

Uma coisa é certa: roteiros de traição tendem a se repetir de forma cíclica, praticamente idênticas umas às outras. O traidor geralmente cai; o traído, se levanta. É algo a se pensar refletindo sobre as lições do passado recente. Claro, é possível que não passem de informações de bastidores sem robustez alguma e o PMDB venha para a disputa com a chapa fechada com Maurão de Carvalho ao Governo do Estado e Raupp ao Senado.


O que será de 2018?

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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