Editorial – Quinquênio, doação de área e ambulantes: os arrependimentos de Dr. Hildon Chaves

Editorial – Quinquênio, doação de área e ambulantes: os arrependimentos de Dr. Hildon Chaves

Porto Velho, RO – A gestão Dr. Hildon Chaves (PSDB) está no ‘olho do furacão’. Principalmente por conta da controvérsia da extinção dos quinquênios e seus bastidores. A fúria implacável do sindicalismo rondoniense fora despertada assim que o benefício restou extinto.

No caso, Prefeitura de Porto Velho e Câmara Municipal tiveram participação direta. Alguns vereadores tentaram sair pela tangente, justificando o voto favorável à eliminação da remuneração a mais alegando resvalo numa ‘casca de banana’ largada pelo chefe de gabinete do tucano. A confissão, traduzida como assinatura em atestado de analfabetismo político-funcional, é a emenda que saiu pior do que o soneto.

A história é pública.

A administração peessedebista, após pressão popular e classista, voltou atrás temporariamente. A extinção do quinquênio foi, então, revogada por noventa dias a fim de que o tucanato possa avaliar de maneira profícua as minúcias do impacto econômico e a viabilidade ou não da manutenção da gratificação.

Errar é humano, voltar atrás é nobre. A questão é que a cadeira de Hildon não teve nem tempo de esquentar e um tripé de arrependimentos está erigido diante do ex-promotor, de seu estafe administrativo e da população.

Antes de mexer no vespeiro chamado funcionalismo público, uma doação de área urbana promovida via decreto ao empreendimento Irmãos Gonçalves foi rapidamente cancelada basicamente pelo mesmo motivo: insurgência coletiva. Mas além desta, houve ainda intervenção ministerial. O Ministério Público (MP/RO), órgão em que Chaves atuou por quase duas décadas, chegou a instaurar inquérito para investigar a concessão.

O governo desistiu da pretensão fundamentando a iniciativa suscitando a necessidade de aprofundamento em estudos técnicos sobre transporte e trânsito; impacto de vizinhança e valor venal da área “para melhor aferição da permuta ou compensação”.

Ainda há a situação envolvendo a expulsão sumária de ambulantes da Capital em situação irregular. Após pressão da edilidade, munida de informações prestadas pela categoria revoltosa, alvo da excreção municipal, nova renúncia oficial. Os vendedores terão 45 dias para se regularizar.

Destes pontos peculiares extraídos neste pontapé inicial de mandato é possível tirar, pelo menos, duas conclusões: a primeira – a melhor delas – é que Chaves reúne em sua personalidade diretiva a decência de reconhecer deslizes e, quando necessário, consertar e aprimorar demandas oriundas do Executivo. A segunda, mais temerosa e menos provável, é que o mandatário não tem a mesma firmeza no pulso apresentada pelo então candidato neófito de ascensão meteórica surgido em 2016.

Mesmo indo com muita sede ao pote e ainda que a teoria de que esteja sendo sabotado pelos seus próprios nomeados esteja correta, chegou a hora de Hildon impor sua autoridade e, mesmo diante de medidas impopulares – claro, as que não sejam escrachadamente incorretas – fincar o pé e seguir adiante sob pena de ser tachado como gestor flácido.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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