Edvan de Souza (de camisa branca) fala da capacitação e diz que está gostando da experiência (Foto: Júnior Freitas/G1)
A proximidade com o esporte tem sido uma terapia e atividade de ressocialização para detentos que cumprem pena nos presídios das cidades de Guajará-Mirim e Nova Mamoré. Cerca de 100 homens e mulheres trabalham na fabricação de bolas e redes esportivas e chegam a produzir entre 300 e 500 bolas de várias modalidades e pelo menos 30 pares de redes por mês.
A ação faz parte de um projeto de ressocialização denominado “Caminho da Liberdade”, que foi idealizado por uma empresa que trabalha no ramo de fabricação de produtos esportivos. Em Rondônia, a primeira cidade a receber o projeto foi Vilhena, em 2007, depois a ideia foi trazida para ser implantada também nos presídios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, onde já funciona há três anos.
Para que os detentos possam aprender a trabalhar no ramo, um curso de artesanato com técnicas de costura à mão é realizado nos presídios com carga horária de 50 horas em dias alternados. Durante o curso são produzidas aproximadamente 70 bolas de futsal, futebol de campo, vôlei, futebol society e futebol americano, entre outras modalidades, além de pelo menos 30 pares de redes.
Após a conclusão do curso, os presos têm a opção de continuar trabalhando e podem receber benefícios como redução da pena e a renda da venda do material produzido. As bolas prontas chegam a ser vendidas no mercado entre R$ 15 e 90 por atacado e varejo.
No presídio masculino de Guajará-Mirim, atualmente 15 apenados participam da capacitação em dias alternados. O diretor da unidade prisional, Franciarles Cardoso, acredita que a proximidade do esporte pode ajudar os detentos a recuperar a auto estima e dar motivação para abandonar o crime.
– Existe uma grande importância para os projetos de ressocialização. É muito bom para que os presos não fiquem na ociosidade e os mantenha sempre ocupados. Também é uma forma de eles ganharem dinheiro, pois cada bola tem um valor específico no mercado, isso acaba se tornando uma renda para que o apenado possa ajudar a família – diz o servidor.
Em RO, cerca de 50 presos fabricam bolas e redes de futebol diariamente
Para o jovem Edvan de Souza da Silva, de 25 anos, que foi condenado a oito anos por tráfico de drogas, o esporte é um dos caminhos que pode ajudá-lo no processo de reintegração na sociedade – Eu já joguei muita bola, mas nem fazia ideia de como era costurar e fazer uma, estou gostando muito da experiência. Nesse lugar aqui a pessoa fica com a mente atribulada, mas tendo uma tarefa tudo se torna mais fácil. No dia que tem aula fico ansioso para chegar logo aqui – relatou o detento.
Além de trabalharem na fabricação do material, os apenados também ganham bolas para que possam praticar atividades físicas dentro do presídio nos dias de banho de sol.
Autor / Fonte: Globo Esporte.com/Rondônia
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