Opinião – Dia dos Pais e a terceirização da família

Opinião – Dia dos Pais e a terceirização da família

Porto Velho, RO – No domingo (13) comemora-se mais um Dia dos Pais. A princípio é um dia como os demais, mas é importante a lembrança daqueles que se foram, dos que são e dos que, ainda, serão pais.

Antes lembramos que um dos maiores problemas do mundo, hoje é a desagregação das Famílias. A correria do dia-a-dia, a necessidade de o amanhã chegar primeiro que o hoje acaba com o que é da maior importância para o humano: a convivência familiar.

Como a juventude de hoje é o futuro do amanhã, fica difícil prever o que teremos pela frente. A pressa a cada dia mais acelerada com a tecnologia proporcionada pela internet, ligando as pessoas ao mundo com um simples click tudo fica muito irreal, distante e dependendo em grande parte da imaginação.

Bons tempos da bola de gude, dos “rachas” de futebol no meio da rua que chegava até o início da noite, do esconde-esconde, pique-pique, amarelinha, da escola onde o professor era o símbolo do saber. Saudades são muitas, inclusive do almoço e do jantar, por mais simples que fossem entre famílias.

A atualidade é muito mais liberal, mas em grande parte artificial. Não há mais as bonecas e as casinhas para as meninas, o passa anel. A realidade é muito superficial e chegamos a cúmulo de sentados à mesa, para a refeição ver as crianças se alimentando com o celular na mão. Ninguém conversa, falam ou mesmo se olham. Triste.

Hoje tudo é feito às pressas, na correria. Os pais, principalmente a Mãe era o ícone da Família. Era ela quem cozinhava, lavava e passava; costurava, reemendava as roupas e organizava a Casa. Era a Rainha do Lar. Algumas como a minha querida Dona Nanza, ainda trabalhava fora limpando consultório odontológico na amada Garça (SP). Não sabemos como dava conta de tudo, pois éramos em oitos irmãos.

Criar filhos nos dias atuais é uma missão, um trabalho hercúleo. A família infelizmente está terceirizada. Não há mais o calor humano, o devido respeito aos mais velhos, aos mestres e aos pais.

O álcool, as drogas, a violência e a criminalidade são alguns dos muitos desafios dos pais na atualidade. Os pais trabalham e os filhos ficam à mercê da secretária. A educação que deveria ser a missão dos pais é terceirizada para a escola, onde os filhos deveriam receber o Saber.

A dependência eletrônica e a ausência dos pais fundamentam a terceirização familiar. Criar filhos exige muito do Pai e da Mãe, infelizmente a cada dia mais ausente. Fica difícil prever como será o futuro. Provavelmente ficaremos em uma cadeira apertando botão com um telão à frente.

Saudades do saudoso e adorado Pai, Jurandir Costa, que nos deixou há dois anos e um beijão do tamanho do mundo para a Mamãe em Londrina, a Dona Nanza, firme e forte, Graças a Deus, com seus 88 anos.

Parabéns do RD a todos os pais, que lutam bravamente para garantir dignidade a seus filhos. Um destaque especial para o casal Solange/Airton Gurgacz, que lutou como verdadeiros Pai e Mãe pela doce Natália, que nos deixou em outubro de 2010. Eles são exemplo de dedicação, carinho e responsabilidade. 

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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