Opinião: Governador eleito decide não decidir

Opinião: Governador eleito decide não decidir

A partir de 1º de janeiro Rondônia terá um novo chefe de governo. O governador-eleito Marcos Rocha (PSL) que foi vitorioso graças a “Bolsonaro, o mito”, chegou de forma surpreendente como segundo colocado no primeiro turno, superando o deputado e presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho, do MDB, por 10.001 votos.

No segundo turno foi fácil a vitória de Marcos Rocha, que aproveitou bem a onda Bolsonaro (eleito pela maioria dos brasileiros a presidente da República com 51,1% dos votos) e superou o ex-senador Expedito Júnior (PSDB) que chegou à frente no 1º turno com quase 60 mil votos a mais. Rocha obteve 66,34% dos votos válidos e somou 530.188 votos no segundo turno.

Marcos Rocha não tem militância política ativa. Foi secretário do ex-governador Confúcio Moura (MDB), que se elegeu senador com muitas dificuldades e, mesmo faltando pouco mais de um mês para assumir o Executivo estadual, ainda, não tem o secretariado divulgado para o povo que o elegeu. Rocha, no mínimo deve satisfações ao eleitor, que votou nele e quer saber quem estará ao seu lado para ajudar a administrar o jovem Estado de Rondônia, que precisa de uma administração ousada e priorizando o que já é forte, como o agronegócio e a pecuária de corte e de leite.

A falta de indústrias no Estado, para manufaturar a produção, seja ela agrícola, pecuária ou madeireira prejudica a economia. Não podemos exportar nossa produção de madeira, soja, milho, café in natura e depois adquiri-los manufaturados, industrializados. Rondônia não pode fortalecer a indústria de outros estados com a sua produção agrícola, pecuária, leiteira e madeireira.

Sem industrializar o setor produtivo o Estado perde em economia e deixa de fomentar empregos em larga escala. Não basta produzir é necessário manufaturar para garantir progresso e desenvolvimento com ofertas de empregos e melhores condições de vida à população.

A maioria do povo de Rondônia, que elegeu Marcos e seu vice Zé Jodan, ambos do PSL, uma chapa “puro sangue” quer saber quem estará ao lado do governador e do vice. O compromisso com o povo não pode ficar no discurso de campanha, tem que se materializar na prática com a formação do secretariado, que terá a responsabilidade de administrar o Estado com o comando do governador.

O povo elegeu o governador e não familiares, ou puxa-saco e formigas, que existem em todos os lugares. Quem tem que mandar, determinar, coordenar, governar é o eleito e não as pessoas mais próximas. Quem comanda o animal, por exemplo, é o cérebro, não o rabo.

O eleitor, que assinou cheque em branco confiando nas propostas do eleito, quer saber a equipe que terá a responsabilidade de governar o Estado nos próximos 4 anos. O povo também está ciente, que nem todos os nomes da equipe de governo, quando forem apresentados terão aprovação unânime, o que é normal. Unanimidade não existe na política, mas sim maioria. 100% somente na matemática.

Exemplo positivo. Responsável pela eleição de Marcos Rocha e de centenas de outros políticos nas eleições de outubro último, o presidente-eleito Jair Bolsonaro tem divulgado os nomes da maioria dos ministros da sua equipe de governo. Posicionamento correto, que não ocorre em Rondônia por teimosia de Marcos Rocha, blindado de forma desnecessária e fomentada pelos “aspones” mais próximos, ou até mesmo por influência familiar, o que seria, ainda, mais lamentável.

Administração pública tem que ser aberta, voltada para o povo, com o povo e transparente em todos os sentidos inclusive na escolha dos secretários e dos assessores diretos e indiretos. Todos são pagos com o dinheiro do povo, aquele mesmo que elegeu os governantes, através do voto direto e democrático e merece satisfações.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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