Primeiro Curso EJA do IFRO tem duração de dois anos e meio

 O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) inicia em 2018 a primeira oferta de um curso na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos).  Ofertado pelo Campus Guajará-Mirim, o Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio será no turno noturno e terá duração de dois anos e meio.

Por meio de procura que foi gerada pela própria sociedade, no Processo Seletivo Unificado (PSU 2018/1) foram ofertadas 40 vagas, em que o candidato precisava ter idade mínima de 18 anos completos até a data da matrícula, seguindo legislações como a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja). Foram 112 inscritos, chegando auma concorrência de 2,80 candidatos x vaga. Institucionalmente a procura demonstra a necessidade de seguir o que prevê o Plano Nacional de Educação (2014-2024), que é a EJA integrada à educação profissional.

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI/IFRO) em vigor no IFRO estabelecia como meta a ampliação em 10% da reserva de vagas desta modalidade de ensino para até 2017. Agora, o objetivo institucional é implantar pelo menos um curso PROEJA em cada um dos outros oito campi. Já o Campus Guajará-Mirim deverá implantar em 2018/2 uma segunda oferta de curso PROEJA. Conforme dados do IBGE e no DATASUS, o Brasil possui um índice de analfabetismo de 9,4%, sendo que a Região Norte registra números superiores à média nacional, chegando a 11,1%. Em Rondônia, seriam mais de 99 mil pessoas com atrasos na formação escolar.

Foi devido à necessidade social encontrada na região de Guajará-Mirim que os servidores entenderame aceitaram o desafio da oferta. Conforme Danilo Pereira Escudero, coordenador da comissão que elaborou o PPC (Projeto Pedagógico de Curso),a demanda por cursos na modalidade EJA de Guajará-Mirim é grande. Diante disso, e da necessidade administrativa,a unidade foi a primeira a assumir o desafio.

Referências

Para amparar a implantação desta modalidade, o IFRO buscou referência em outras instituições. Uma delas foi o IFSC (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina). O Diretor de Assuntos Estudantis, ThonnyHawany, e o professor do Campus Guajará-Mirim, Danilo Escudero, realizaram visita técnica à instituição parceira nos dias 12 e 13 de novembro. Junto à reitoria do IFSC eles conheceram a gestão PROEJA praticada no âmbito da Pró-Reitoria de Ensino. “Também visitamos o Campus Palhoça, onde observamos algumas práticas muito interessantes, criadas especialmente para tornar a Educação de Jovens e Adultos viável. Lá o acesso, a permanência e o êxito do aluno PROEJA são prioridade e todos os servidores entendem que o discente da Educação de Jovens e Adultos merece atendimento prioritário e cuidadoso”.

“Eu acredito que o diferencial do Projeto Pedagógico do Curso Técnico de Nível Médio em Informática, na modalidade PROEJA, do Campus Guajará-Mirim, está na divisão do tempo máximo de integralização em 50% de tempo-escola, 10% de tempo-EaD e 40% de tempo-social”, diz o professor Thonny. O tempo-escola é aquele que acontece em sala de aula e o tempo-social é o que pode ser destinado a projetos integradores, projetos culturais, projetos de pesquisa e de extensão, projetos de estudos, visitas técnicas, eventos, trabalhos, conferências, seminários e outros. Enquanto no tempo-EaD o professor ministra até 20% dos conteúdos usando o Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Esta opção pelo uso das aulas a distância foi uma opção feita em Rondônia. No IFSC, a carga horária do curso é organizada em tempo-escola (50% de aulas presencias) e tempo-social (outros 50% para atividades profissionais e atividades não presenciais que são somadas ao currículo do aluno). “Com isso, há uma considerável diminuição no tempo de duração do curso, fato que atrai e segura o aluno PROEJA na escola”. E outro diferencial, comenta Danilo Escudero é que o “Campus Palhoça possui um coordenador exclusivo para o curso em modalidade PROEJA, que mantém contato direto com os alunos”.

“OPROEJA não apenas forma profissionalmente, mas melhora a autoestima do aluno e o faz acreditar que qualquer pessoa é capaz de ter uma boa formação, independentemente de raça, cor ou etnia”, completa Danilo. Para ele, “um curso técnico na modalidade EJA é importante por oportunizar pessoas que por diversos problemas e motivos pessoais não cursaram o nível médio, porém, tem vontade de adquirir novos conhecimentos, melhorar seu currículo e buscar novas oportunidades. Muitas pessoas já até estão inseridas no mercado de trabalho, possui algum conhecimento prático, mas por falta de oportunidade não concluíram os estudos”.

O ganho para os discentes é ainda enfatizado por ThonnyHawany: “todos os alunos com os quais falamos tem apreço pelo curso que faz, pelo IFSC, pelos professores, pelo campus que pertencem. São, geralmente, gratos pela oportunidade que tiveram em estudar numa escola como o Instituto Federal de Santa Catarina”.

Autor / Fonte: ASCOM/IFRO

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